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  • Caroline Fabro
  • Blog
  • maio 19, 2020

CURRÍCULO OCULTO: O QUE NÃO ESTÁ NO SLIDE DO PROFESSOR

O significado da palavra “currículo”, expressão de origem latina, refere-se ao ato de percorrer, completar um percurso. Este tema é de grande preocupação para todo acadêmico de medicina desde o seu primeiro período do curso, que busca agregar conhecimento teórico e prático desde o início de sua carreira. Mas neste contexto, desde 1968 a expressão “currículo oculto” surge no meio do ensino médico, acentuando que podem existir falhas na grade curricular tradicional. Isso porque, este termo designa todo aquele conteúdo essencial para formação de um profissional completo e que não se fala em sala de aula ou não se inclui em uma grade curricular, tal como o ensino de habilidades comportamentais ou ensinamentos sobre planejamento profissional. Nesse contexto, questionamos o quanto a ausência de um currículo completo para uma formação   médica íntegro pode prejudicar na vida acadêmica, profissional e pessoal de futuros doutores, na ausência de conhecimentos essenciais para a construção de uma carreira sólida. 

Então, mesmo que o objetivo da formação médica inclua o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e comportamentais, nem sempre isso tudo é abordado dentro de uma sala de aula. Isso se demonstra principalmente com o grande índice de acadêmicos que buscam atividades extracurriculares durante toda a sua formação, muitas vezes sacrificando horários de descanso à procura de mais conhecimento teórico e, principalmente, prático. Isso se evidencia ainda mais com estudos que analisam a visão do próprio acadêmico neste cenário, como um realizado com acadêmicos de medicina da UFMG¹, o qual evidenciou a aquisição de prática clínica como a principal motivação dos estudantes quando buscam fazer atividades extracurriculares que se encaixem na formação paralela. A segunda motivação, a busca de um currículo melhor, também é uma grande preocupação para todos os acadêmicos, que sabem que muitas provas de residência usam este critério para agregar pontuação final. 

O lado bom do currículo informal

Desde a década de 1920 que a grade curricular médica vem sofrendo alterações para estruturação com maior protagonismo acadêmico dentro de ambientes hospitalares². O Relatório Flexner foi a primeira mudança paradigmática na alteração do cenário de ensino, e desde então que vem se repensando no aprimoramento cada vez mais do ensino médico, essencialmente no Brasil, que tanto se discute na formação de habilidades médicas voltadas à medicina humanizada. Porém, acima de qualquer grade curricular, é coerente avaliar que a busca de conhecimentos além da formalidade acadêmica são essenciais para a formação técnica e desenvolvimento de habilidades sociais para qualquer futuro doutor. 

Construir um currículo informal, buscando comprometimento com atividades que exijam dedicação além das horas acadêmicas obrigatórias, é capaz de desenvolver no acadêmico um senso de responsabilidade e comprometimento com a construção do seu futuro. São atividades como ligas acadêmicas, iniciação científica, monitorias, estágios voluntários que são capazes de agregar conhecimento, valor curricular e contribuição social, além de capacitar um futuro médico com maiores chances de destaque em sua área. 

Mais do autor: Quero investir: o que preciso saber?

Currículo oculto: o que não deveria ser ocultado

É bom lembrar que o currículo oculto, vai muito além da busca pelo conhecimento que falta na sala de aula. Aquele conhecimento essencial, porém ausente em sala de aula traz consequências que surgem dentro do ensino médico e pode se estender à carreira: deficiência de conhecimento técnico e postura social, ausência de planejamento de carreira que podem gerar frustrações futuras. Somado a isso, um ponto de destaque é o gritante crescimento de indivíduos que apresentam sintomas de ansiedade e depressão dentro das universidades brasileiras, não apenas pela submissão a pressão em estudo de provas, mas pela insegurança sobre seu futuro e obsessão pela realização de atividades complementares. O desespero por um bom currículo e complementação de horas extracurriculares obrigatórias tornam o acadêmico, principalmente quando se fala de medicina, um escravo da sua universidade. 

Dentro da universidade, antes mesmo de adquirir um diploma, estudantes de medicina se vêem subordinados à obrigação de buscar um currículo perfeito somado à adesão de conhecimento para garantia de uma carreira sem erros. É natural compreender certo nível de insegurança, perante a responsabilidade social imposta à profissão médica. Mas vale refletir sobre o quanto as exigências na busca compulsiva por atividades que tomam grande parte do tempo dos acadêmicos podem gerar futuros médicos adoecidos. E isto é só mais um detalhe dentro dos problemas na formação médica, visto que a síndrome de Bournout está até mesmo banalizada. 

É nas sombras da conquista do CRM que surgem outros problemas da falta de alguns conhecimentos básicos ainda na formação médica, como um planejamento de carreira e do próprio enfrentamento da realidade de vida profissional, elementos que fazem parte do currículo oculto – que nem todo acadêmico é capaz de enxergar. Isso porque, mesmo que os dois últimos anos de medicina sejam concentrados em prática hospitalar, pouco é falado sobre a necessidade de autopreservação e pés no tangência da vida profissional. Autopreservação porque nem sempre se fala que médico também faz parte das estatísticas epidemiológicas, realidade mais evidente agora em tempos de COVID-19. O adoecimento da classe médica, seja por depressão ou doenças naturais é uma realidade pouco explorada dentro da universidade. Isso se destaca cada vez mais, com medicina a classe profissional com maior índice de suicídios³. 

A adequação do jovem formado à realidade médica também é outra questão que se inclui ao currículo oculto e irreal à formação curricular. Isso porque, o planejamento de carreira, com a construção de um percurso sólido e coerente dentro da medicina é algo pouco ou nada mencionado dentro de sala de aula, mesmo sendo um aspecto essencial a ser refletido por qualquer futuro profissional que se vê desvendando seu próprio futuro às cegas. Entender que a profissão médica é semelhante à qualquer outra, que exige um planejamento para a construção  de carreira pautada não apenas em trabalho, mas também no crescimento no âmbito pessoal e profissional ainda é um uma “matéria” que infelizmente, só se aprende com experiência de vida com erros e acertos individuais. O problema nisso tudo? Médicos e acadêmicos com boa formação técnica, porém afundados nas mazelas de uma depressão e frustrações decorrentes das falhas de uma grade curricular que abranja além de bioquímica, anatomia e fisiologia. O currículo oculto é uma formação alheia aos slides do professor, que nenhuma grade curricular é capaz de abranger, mas que precisa ser explanado para a classe acadêmica, que busque além dos conhecimentos técnicos, mas que compreenda realmente que currículo é percurso, não só até o CRM, mas até o sucesso da vida profissional em todos os seus âmbitos. 

Mais do autor: Imagem profissional: o médico deve se preocupar com sua aparência?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Tavares AP, Ferreira RA, França EB, et al. O “Currículo Paralelo” dos Estudantes de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Revista Brasileira de Educação Médica, 31 (3): 254-265; 2007;.
  2. Costa BEP, Hentchke MR, Silva AC, et al. Reflexões sobre a importância do currículo informal do estudante de medicina. Scientia Medica (Porto Alegre) 2012; volume 22, número 3, p. 162 – 168.

Sites

  • https://drclesiocastro.com.br/licoes-que-a-faculdade-de-medicina-nao-lhe-ensinou/
  • https://drvictorsorrentino.com.br/suicidio-entre-medicos/
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